Violoncelo

O violoncelo é um instrumento da família dos instrumentos de corda. Tocado geralmente com arco, possui quatro cordas afinadas em quintas.
O instrumento pertence à sub-família dos violinos, que engloba os instrumentos orquestrais de quatro cordas afinadas em quintas. Essa família se diferencia da familia do violão (da qual faz parte o contrabaixo) tanto pela afinação, que ali se dá em quartas em vez de quintas, tanto pela forma diferenciada do instrumento.
A característica padrão do instrumento foi estabelecida por Stradivarius, em 1680. A partir dos Concertos Espirituais de Boccherini, o violoncelo passou a ser tratado como solista, e não somente como um instrumento para compor o naipe de cordas.
Uma das primeiras citações sobre o violoncelo foi numa coleção de sonatas italianas anônimas, datada de 1665. Tornou-se popular como instrumento solista nos séculos XVII e XVIII

Instrumentos
Os grandes instrumentos foram construídos principalmente pelos luthiers da região de Cremona e Brescia, sendo Cremona conhecida como berço do cello. Os primeiros instrumentos datam provavelmente de circa 1670 e eram pouco maiores que os atualmente existentes. Acredita-se que o cello tal com é conhecido hoje foi definido por Andrea Guarneri (1626-1698), com um corpo de aproximadamente 75-76 cm.
Entre os melhores do mundo e mais caros (nos dois sentidos) instrumentos estão os confeccionados por:
Andrea Amati (1505-1580) - o primeiro construtor de violoncelos conhecido
Antonio Amati e Girólamo I, filhos de Andrea Amati
Nicoló Amati (1596-1684) , neto de Andrea Amati e mestre de Stradivari, Ruggeri e Guarneri.
Antonio Stradivari (1644-1737): desde circa 1670, com os instrumetnos Davidoff, Gore-Booth (1710), De Munck (1730), Visconti (1684), Piatti (de 1720, hoje com Carlos Prieto), Feuermann (1730), Marquis de Corberon (1726), Marylebone (1688), Paganini (de 1736, pertencente ao colecionador Emil Herrmann), Servais (1701), Stanlein (1707), Suggia (1717), Visconti (1684), Batta (1714), o ex-Gendron (de 1693, pertencente à alemã Maria Kliegel), Hausmann (1724), Markevich (1709), ex-Boccherini-ex-Cassadó (1709), The Powle (1730) e outros.
Matteo Geoffhiller: 1695 a ...; Rosette (1698),
Francesco Gofriller
Sergio Peresson: até 1991, data da morte desse importante luthier norte-americano.
Andrea Guarneri (1626-1698)
Giuseppe Guarneri (1666-1739), filho de Andrea Guarneri: com os instrumentos Nova (1707), Messeas (1731) e vários outros.
Domenico Montagnana
G. B. Guadagnini

Pietro De Mantua (1655-1720)
Giuseppe Del Gesú (1698-1744)
Gasparo da Saló (1540-1609)
Giovanni Paolo Maggini (1580-1630)
G. Girolamo II (1649-1740),
Francesco Ruggeri (1620-c.1696)
Giovanni Battista Roggeri (c.1650-c.1730)
Outros luthiers com destaque: Bergonzi, Tecchler, Hill, Kennedy, JBVuillaime, Forster, Rocca, Weebee, Whedbee, Moose, Carone, Miralles, Burgess, Postiglione, Gagliono.
Nem todos esses notáveis instrumentos estão de posse de instrumentistas. Vários pertencem a colecionadores particulares, como pode ser visto na relação dos Stradivari. Alguns encontram-se em museus, como é o caso do Smithsonian Institute, que guarda os cellos Stradivari Marylebone de 1688 e o Servais de 1701. A Biblioteca do Congresso americano guarda um Stradivari Castelbarco de 1697.
Uma palavra sobre os Stradivari: Antonnio Stradivari começou a fabricar seus famosos violinos em 1664. O primeiro cello foi por volta de 1670 e o último em 1736, em um total de aproximadamente 40 instrumentos.
Cellos de luthier ou cellos de série? Antigos ou modernos?
Mas – descendo à Terra – há os instrumentos que "mortais comuns" podem comprar. Existem bons instrumentos fabricados por luthiers brasileiros e de fora, bem como instrumentos de série. Estudantes, no entanto, não precisam gastar tanto na compra de um violoncelo. Existem instrumentos de razoável qualidade a preços acessíveis. O caminho é procurar um luthier brasileiro e realizar a encomenda. Ou comprar um instrumento de série nas lojas especializadas.
Há um aparente mito sobre os instrumentos de cordas: o de que os antigos são superiores aos modernos. Para isso citamos as palavras do luthier brasileiro Rafael Sando: "A propalada superioridade dos instrumentos antigos em relação aos modernos não tem resistido a testes simples, nos quais os instrumentos são comparados por ouvintes que não sabem que instrumento está sendo tocado num certo momento."
Violoncelos de série são adequados à maioria dos estudantes e alguns países os fabricam:
Alemanha: R. G. Zachmann, Rudolf Doetsch e Karl Höfner.
Leste europeu: Wladek Stopka (Polônia), Christo Miroslav (Bulgária),
U.S.A.: Michael Goronok, John Moroz, William Harris Lee, R. W. McCluskie,
China: Albert Lee,
Brasil: Roma,
Arco
O arco é erroneamente relegado a segundo plano, ainda que sendo parte integral na busca por um bom conjunto. Na realidade um bom arco faz aflorar as melhores características do cello, permitindo explorar as melhores cores tonais, facilitar ataques de arco difíceis e tornar mais agradável sua experiência em tocar.
Para mais detalhes veja a página sobre os Arcos.
Preços de cellos
O valor de um violoncelo depende de vários fatores: reputação do fabricante, qualidade da madeira, qualidade da manufatura, quando foi construído, condições em que se encontra, aparência, suavidade do som, projeção do som, bem como da demanda do mercado no momento em que você faz a compra.
Os preços são extremamente variáveis: desde os instrumentos de estudo até os de solistas, passando pelos de qualidade suficiente e chegando até os de virtuose. Como números apenas aproximados temos: a)de estudante entre R$600 a R$1200; b)de melhor qualidade, entre R$2000 a R$8000; c)os bons podem ir de US$3000 até US$15000; d)os de solistas podem estar na faixa de US$15 a US$50 mil. Exemplos: um Carlo Torrani (Veneza - circa 1956) ou um Michael Strobl (Berlin - c.1904) estão na faixa de 25 mil dólares.
Os de virtuose literalmente não têm preço e podem ficar muito acima da faixa dos bons instrumentos de solistas. São fabricados por luthiers lendários como Stradivari, Guarneri, Goffhiller, Montagnana, Gagliano, DaSalo. Exemplos: o Stradivari 1673 de Lynn Harrell, que pertenceu a Jacqueline Du Pré (que foi a ela presenteado por um benfeitor anônimo), está estimado em 4 milhões de dólares; o Stradivari de Yo-Yo Ma está estimado em US$ 2,5 milhões.
Preços de arcos
Um arco para estudante pode custar entre 40 e 100 dólares. Um arco de boa qualidade para um estudante (um Hoffmann ou um Krausch, por exemplo) pode custar algo entre 150 e 400 dólares; se o estudante for um pouco mais exigente poderá partir para algo do nível de um CodaBow e pagar entre 400 e 1000 dólares. Já arcos de primeiríssima, como um Nicholas Maline - c.1870 ou um Francois Lupot - c.1815 podem chegar a preço na casa dos 100 mil dólares.
Cordas
(em construção)
Comprando um instrumento
Ao comprar o cello o estudante deve ser muito criterioso na sua escolha. O primeiro passo é deteminar a finalidade da sua compra: se é um instrumento para estudo ou já para tocar. No primeiro caso erros acabam sendo perdoados. No segundo, um erro na hora da compra pode levar a um arrependimento demorado.
Aqui vão algumas dicas:
Se você está no início do seu aprendizado peça o conselho de alguém mais experiente. Se optar por um instrumento de luthier é recomendável verificar os trabalhos já realizados pelo profissional e ter a assessoria de um músico experiente. Pesquisar por instrumentos usados também pode levar a uma boa compra.
Cuidado com comerciantes de instrumentos; eles estão nisso para fazer negócio e não para defender os teus interesses! Não permita que uma compra mal feita estrague seu aprendizado.
Se você encontrar um instrumento que lhe interessa, leve um professor ou um instrumentista com você para dar uma olhada; faça-o ouvir enquanto você toca e ouça enquanto ele toca.
Nos USA e na Europa é normal você poder levar o instrumento para casa para experimentar por alguns dias; isso no Brasil não é usual mas você pode tentar.
Para fazer uma compra segura é importante comparar o cello que você quer com outros instrumentos, ao mesmo tempo. Alguns podem exibir um som mais rico apenas na região mais grave; outros podem soar cheio para quem toca mas não para quem está a alguns metros de distancia.
Cuide bem do seu instrumento
E, se você já tem um instrumento e quer saber como cuidar dele devidamente, veja a página correspondente do site CelloHeaven; o endereço está aqui. Veja tambem as dicas no site ViolinCasa, cujo endereço está aqui.
Algumas regras básicas para o bom cuidado do violoncelo:
• Ao tirar da capa, tire primeiro o arco; ao guardar, guarde o arco por último.
• Só deixe o cello no chão, apoiado em um dos lados, por um curto período de tempo.
• Mesmo que por curto espaço de tempo sem tocar, guarde o cello na capa ou estojo.
• Mantenha o seu instrumento longe de fontes de calor ou de frio; jamais o deixe dentro do carro quente.
• Ao limpar o instrumento não use detergentes ou polidores; limpe com um pano macio, espanador ou jato de ar.
• Cuidados com o arco:
- não toque com as mãos na crina;
- não dobre demais a crina;
- não esqueça de resinar a crina antes de tocar.
Na dúvida, consulte seu professor sobre os cuidados com o cello e peça que ele inspecione o seu instrumento de vez em quando.
Cuidados com o arco
Se você toca em média algumas horas por dia, é recomendável que a crina seja trocada a cada 6 meses; ser você toca algumas vezes por semana, substitua a crina uma vez ao ano. Isso porque a crina pode deformar à medida em que envelhece e isto pode alterar o balanço correto do arco.
Passe breu no arco mais ou menos a cada 2-3 horas de uso. Use mais breu se a crina foi recentemente trocada. Não balance o arco no ar para tirar algum excesso de breu; é arriscado bater ou fletir demais. Breu escuro é mais suave do que o breu claro.
Cello cases
Se você costuma levar seu cello de um lugar para outro e seu instrumento é de boa qualidade, pode valer a pena investir em um "cello case" de material rígido.


 
 
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