terça-feira, 28 de junho de 2016

O vencedor é mineiro de nascimento e é o primeiro brasileiro a conquistar o David Popper

Lucas Mendes é mineiro e bolsista da Orquestra Sinfônica da UFRN


O primeiro brasileiro a vencer o Concurso Internacional David Popper (Hungria) é um aluno de Bacharelado em Violoncelo da Escola de Música da UFRN (EMUFRN), Lucas Barros. Realizada em Várpalota, a competição reuniu neste ano, 82 violoncelistas de 24 países.
O resultado foi anunciado no último domingo e o concurso teve como presidente o violoncelista Czaba Onczay, professor catedrático da Academia Liszt, em Budapeste, e vencedor do lendário Concurso Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, em 1976.
Segundo o professor Fábio Presgrave, da Escola de Música da UFRN, a premiação europeia tem um significado valioso do ponto de vista acadêmico e artístico e faz a diferença na vida desses profissionais.
Vencedores anteriores do prêmio Popper são, atualmente, violoncelistas de grande importância, como Robert Nagy - Primeiro Violoncelo da Orquestra Filarmônica de Viena - e Andrei Ionut - último vencedor do Prêmio Tchaikovsky -, conta Fábio Presgrave.
Vencedor
Nascido em Belo Horizonte, em uma família de músicos, Lucas Barros já se apresentou como solista de orquestras, como a Filarmônica de Minas Gerais, a Sinfônica de Minas Gerais, SESI-MG e a Sinfônica da UFRN, atuando junto a maestros como Roberto Tibiriçá, Abel Rocha e André Muniz. 
O estudante também já se apresentou no Festival Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, em 2014, em decorrência do segundo prêmio conquistado no Concurso Internacional de Violoncelo do Rio Cello Encounter, em 2013.
No início de 2015, Lucas Barros venceu o Concurso do Mozarteum, de São Paulo, para bolsa na Orquestra Sinfônica de Berlim (DSO). Atualmente, realiza estágio como bolsista do Mozarteum e está finalizando seu curso na EMUFRN, onde atuou, nos últimos anos, como bolsista da Orquestra Sinfônica da UFRN e do grupo UFRN CELLOS.
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D. Shostakovich - Cello Concerto No. 1 in E-flat major, Opus 107 (Live)



Cello Concerto No. 1 in E-flat major, Opus 107

1. Allegretto
2. Moderato
3. Cadenza -- Attacca
4. Allegro con moto

Soloist: Sol Gabetta
Conductor: Carlos Kalmar
Orchestra: Orquesta Sinfónica de RTVE
Composer: Dmitri Dmitriyevich Shostakovich (1906 - 1975)

domingo, 2 de agosto de 2015

Bottesini Gran Duo for double bass and violin


Alina Ibragimova - violin (Pietro Guarneri, Pirastro Passione strings)

Rinat Ibragimov - double bass (Albani, a gift from his friend Alexander Stepanov, Pirastro Eudoxa-solo strings)

Grace Mo - piano

Part: Duo Concertante for Violin and Bass (Bottesini, Giovanni ...

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O Contra Baixo e Seus Caminhos no Jazz

O contrabaixista é considerado, pela maior parte do público, ainda que inconscientemente, como sendo “aquele sujeito lá no fundo do palco”. Simpático, porém secundário. Muitos contrabaixistas já se queixaram dessa idéia pré-concebida. E, de fato, essa imagem está bastante longe da realidade no jazz moderno. Como veremos, o papel do contrabaixo é bem mais complexo.
Nos primórdios do jazz a função de executar a voz grave da trama harmônica e polifônica era executada por um instrumento de sopro: a tuba. Essa tradição permaneceu por algum tempo, mesmo após a emergência do contrabaixo; até meados dos anos 30 ainda havia contrabaixistas que tocavam também a tuba.
O fato de, diferentemente do que acontece na música clássica, o contrabaixo ser sistematicamente tocado no jazz em pizzicato(isto é, dedilhado, quando na realidade o instrumento foi concebido originalmente para ser tocado com arco) tem uma origem histórica documentada. Certo dia, em 1911, Bill Johnson, que tocava contrabaixo (com arco) na Original Creole Jazz Band, teve o arco quebrado. Não tendo outro à mão, Bill tratou de tocar dedilhando as cordas com os dedos da mão direita. O resultado agradou tanto que desde então (quase) nunca mais se usou o arco para tocar esse instrumento. Na verdade, é provável que, mais cedo ou mais tarde, o contrabaixo começasse a ser tocado com os dedos - isso por causa da função estrutural que ele executa dentro do conjunto de jazz. E aqui, existem dois aspectos que merecem ser discutidos.
Primeiro, e mais óbvio, o contrabaixo tem a função de fornecer a base harmônica da música. Na harmonia tonal, é preciso que um instrumento se encarregue de fornecer a nota fundamental dos acordes. Nesse sentido, o contrabaixo do conjunto de jazz preenche uma função análoga à que desempenha na orquestra ocidental clássica. Sob esse aspecto, portanto, o contrabaixo poderia ser tocado com arco. Mas, em segundo lugar - e este é um aspecto próprio ao jazz - o contrabaixo está incumbido deescandir, isto é, subdividir, o ritmo básico. Isso reduz a trivialidade da batida (beat) simples, embora seja importante que o beat continue perceptível, pelo menos implicitamente. Para isso, em vez de simplesmente emitir as notas fundamentais dos acordes nos momentos exatos, o contrabaixo descreve um fraseado contínuo, caprichoso, com subidas, descidas e saltos, sempre orbitando os centros tonais da música. Essa pulsação às vezes lembra o caminhar relaxado de uma pessoa, daí o termowalking bass. Para executar essa função, o contrabaixo dedilhado é infinitamente mais adequado do que o contrabaixo tocado com arco. Na verdade, o contrabaixo tem um papel importantíssimo no estabelecimento do swing da música, tanto quanto a bateria. Ele contribui para a maleabilidade, a elasticidade rítmica que caracteriza o swing.
Assim como a guitarra jazzística moderna se inicia com Charlie Christian, o contrabaixo se inicia com Jimmy Blanton, que tocou com Duke Ellington e faleceu aos 23 anos. A “segunda geração” de contrabaixistas (anos 40 e 50) inclui os instrumentistas que consolidaram o lugar do instrumento entro do jazz moderno:Oscar PettifordRay Brown, Milt Hinton (apelidado “The Judge”, o juiz) e o genial e turbulento Charles Mingus. Além da profunda renovação estética proposta por Mingus, com ele o contrabaixo torna-se um instrumento capaz assumir o primeiro plano, liderar conjuntos e guiar o discurso musical de um grupo. Outros contrabaixistas importantes dessa geração foram Percy Heath (integrante do Modern Jazz Quartet), Eddie Safranski (associado ao jazz West Coast) e Paul Chambers (que tocou no grupo deMiles Davis nos anos 50).
Atuando com destaque nos anos 60 temos, entre muitos outros, Jimmy Garrison (do quarteto de John Coltrane), Reggie Workman (que também tocou com John Coltrane), Scott LaFaro (que tocou com Bill Evans e foi imensamente influente, apesar de ter morrido jovem), David Izenzon (que tocou com Ornette Coleman) e Niels-Henning Orsted Pedersen. Entre os músicos que despontaram nos anos 60 encontramos vários que ainda estão muito ativos na cena jazzística atual: Charlie Haden (que participou da criação do free jazz), Ron Carter (que tocou no grupo de Miles Davis de 1963 a 1968 e participou de cerca de 3000 gravações durante a carreira), Dave Holland (descoberto porMiles Davis na época de In a Silent Way e Bitches Brew), Gary Peacock (integrante do Standards Trio de Keith Jarrett), Eddie Gomez (que tocou com Bill Evans e Chick Corea na fase maismainstream deste) e Steve Swallow (que tocou com Gary Burtone teve uma associação estreita com Carla Bley).
Nos anos 70, despontam instrumentistas que estariam associados ao jazz fusion, como Stanley Clarke, Alphonso Johnson e Miroslav Vitous. Na era da fusion, começou a predominar o contrabaixo elétrico, mas isso não impediu que houvesse músicos capazes de executar bem tanto o instrumento acústico (chamado carinhosamente de upright, o “verticalzão”) quanto o elétrico. Um exemplo destacado de virtuosismo a toda prova, tanto no registro “plugado” como no “desplugado”, é John Patitucci, que surgiu nos anos 80 e tocou na Elektric Band e naAkoustic Band de Chick Corea. Na atualidade também estão surgindo excelentes contrabaixistas jovens, como Christian McBride, que aderem decididamente ao acústico e não pertecem à fusion, mas nem por isso deixam de fazer um jazz moderno.
Em entrevista a Don Williamson, no ano de 2000, para um website de jazz, o contrabaixista Ron Carter afirma: “Penso que meu trabalho é encontrar a nota que fará o solista não tocar o que que ele tocaria na sua sala de estar. Ou então, eu gosto de criar um ritmo que fará a banda tomar uma direção diferente. É isso o que eu gosto de fazer”. O entrevistador intervém: “Você já disse que o baixo é o ponto focal de um grupo”. Ao que Carter responde: “Sim, o baixista age como o quarterback”. Quando o entrevistador provoca: “Porém o baixo está usualmente nobackground...”, Carter responde: “Sim, mas se o baixista consegue saber como comandar, ele fica no fundo apenas na percepção das pessoas. A música toma a direção que o baixista estipula. Isso é que é realmente importante”. Eis aí uma verdadeira “declaração de independência” do contrabaixo moderno no jazz, por um de seus maiores expoentes. As coisas mudaram muito desde o “umpa-pá” da tuba no início do século...

(V.A. Bezerra, 2001)


Fonte:www.ejazz.com.br
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